Introdução ao livro/Sumarização de Madame Bovary
- Bia Leal
- 20 de dez. de 2017
- 5 min de leitura
Publicado em 1857, o livro “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert, narra a história de Emma Bovary, uma moça bonita, ambiciosa e de personalidade forte. Madame Bovary constitui uma das maiores obras da estética realista da Literatura Francesa, sendo considerada o marco inicial do Realismo na França. A obra de Flaubert foi julgada como o primeiro romance moderno, possuindo um misto de Realismo, descritivismo, linguagem rebuscada e Romantismo sufocado pelo autor. Uma das narrativas presente no livro é a narrativa em terceira pessoa, onde, o escritor não precisa se limitar a narrar a partir do ponto de vista de uma única personagem e pode mostrar diferentes percepções sobre os acontecimentos do enredo ao longo do texto. Assim, características da personalidade das personagens são apresentadas constantemente ao leitor. Além da narrativa em terceira pessoa, tem-se o narrador testemunha, no qual é uma personagem que narra, em primeira pessoa, e conta a história do seu ponto de vista. Dentro da narração, nota-se a presença de alguns “flash-backs”, para contar detalhes dos pais de Charles e da infância de Emma no convento. O discurso presente no livro de Flaubert, é o discurso indireto livre, onde há uma fusão dos tipos de discurso (direto e indireto), ou seja, há intervenções do narrador bem como da fala dos personagens. Entretanto, não existem marcas que mostrem a mudança do discurso, por isso, as falas dos personagens e do narrador, que sabe tudo o que se passa no pensamento das personagens, podem ser confundidas. Seguindo uma ordem predominantemente cronológica, mas com momentos em tempo psicológico, devido aos conflitos da Madame Bovary, a história se passa na França, e mantém o foco nas personagens: Emma, Charles, Heloise, Rodolfo e Léon. Na fase inicial de sua vida, Emma passa toda sua juventude sendo criada no campo, mais precisamente em um convento, porém, a moça possuía muita ambição e desejos burgueses, inspirados nos romances de Walter Scottque que a personagem costumava ler. Após sua estadia no convento, Emma passa a viver junto ao pai viúvo, o velho Rouault, porém a enfermidade de seu pai e a visita do médico Charles Bovary muda todo o sentido de sua vida medíocre. Charles Bovary, é um rapaz pacato, fora incentivado pela mãe a se tornar um médico e ao se deparar com a morte de sua primeira esposa, com a qual viveu um casamento infeliz e cheio de interesses, se vê livre para se casar novamente, com a jovem Emma. Ao longo da história, o leitor consegue deduzir as tendências morais da personagem, devido as suas ações e comportamentos. Considerado ingênuo e de bom caráter, o médico acaba ficando muito popular entre os pacientes de sua região, porém o mesmo não possui nenhum tipo de ambição ou desejo exagerado. Com a cabeça cheia de ideais românticos, Emma está disposta a fazer de tudo para sair da fazenda de seu pai e se casa com Charles após o noivado, se mudando para a residência do médico em Tostes. Ao se casar, Emma acaba idealizando um matrimônio perfeito, onde sente que ascenderá socialmente e entrará em contato com a vida burguesa, porém a realidade e a pouca ambição de seu marido lhe provam o contrário e ela se depara com uma vida monótona e tediosa, perdendo, aos poucos, o interesse no casamento e nos afazeres do lar. O casamento de Charles e Emma parte do ideal do casamento como instituição falida, tratada de maneira real e sem nenhum tipo de idealização romântica. Após Emma passar por uma enfermidade, Charles resolve se mudar para Yonville-I Abbaye, na tentativa de fazê-la sentir-se melhor. Durante a mudança, descobre-se que a Senhora Bovary está grávida. Depois da chegada em Yonville, Emma faz amizade com o jovem Léon, um caixeiro que vive com a família de Monsieur Homais, o farmacêutico da cidade. Monsieur Homais também faz amizade com a família Bovary por suas próprias razões. Após a chegada do bebê, que é entregue à uma criada para ser cuidada, e da semelhança de seus gostos literários, a amizade entre Emma e Léon cresce ainda mais. Com o tempo e após uma visita à casa onde a filha de Emma está sendo criada, os dois percebem que estão apaixonados, mas são tímidos demais para revelar qualquer tipo de sentimento em relação ao outro. Como estratégia para que Léon revele algum tipo de sentimento por ela, Emma decide ignorá-lo. Como consequência, Léon deduz que Emma não compartilha do mesmo sentimento que ele e para esquece-la, se muda de Paris para estudar. Emma fica melancólica e amargurada, no entanto, sua infelicidade não dura muito tempo, pois ela conhece Rodolpho. Rodolpho é um homem bonito, rico e galanteador. É habilidoso com as palavras e seu principal objetivo é conquistar Emma por prazer. Através de juras de um amor idealizado igual aos livros românticos, Emma acaba sendo seduzida pelo rapaz. Encantada por Rodolpho, Emma começa a tomar empréstimos enormes com um comerciante local e entrando em dívida. Após dois anos de um relacionamento conturbado, Rodolpho fica fatigado do romantismo excessivo de Emma e resolve abandona-la quando os dois estavam prestes a fugir. Ele escreve uma carta de perdão, porém à envia por meio de seus empregados, sem se justificar com Emma. A ida de Rodolpho devasta a moça e por conta das dívidas altas e da saúde declinada de Emma, Charles se vê obrigado a tomar empréstimos adicionais. Ela se recupera lentamente, e como parte do tratamento, Charles leva a esposa para uma ópera. No teatro Charles e Emma encontram o jovem Léon, que terminou a faculdade de direito e mudou-se para Rouen. Léon parece mais informal e carismático, sem receio de se envolver com Emma. Com o passar do tempo, Emma começa a ter problemas em seu relacionamento com Léon e descobre que tem uma dívida altíssima a pagar em Yonville. Ela tenta recorrer a diversas pessoas em busca de dinheiro para quitar a dívida, inclusive procura Rodolpho, porém sem sucesso. Por conta da possível reação de Charles e de sua frustação, se envenena e acaba tendo uma morte medonha e vagarosa. Após a morte de Emma, as coisas pioram ainda mais para Charles e Berthe, a filha do casal. Com as finanças arruinadas, Charles ainda se vê apaixonada pela esposa, mesmo após sua morte e todas a revelações de adultério. Charles morre infeliz e amargurado, tendo o seu corpo encontrado pela filha em um banco no jardim de sua casa, que antes era ponto de encontro de Emma e seu amante. Após a morte do pai, Berthe é enviada para ser criada por sua avó, que também vem a falecer. A menina, então, acaba morando com uma tia pobre e se vê obrigada a trabalhar como operária infantil em uma fábrica de algodão.

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